De plano sanitário a símbolo de referência geográfica na cidade, eis a história da criação genial de Saturnino de Brito: os canais de Santos
A História dos Canais de Santos
A ilha de Santos – há muitas décadas atrás – era cortada por alguns rios e, no decorrer de sua civilização e crescimento, a cidade começou a ter problemas de alagamento, principalmente no verão (o que é corriqueiro até hoje) e, consequentemente, uma infestação de doenças por conta disso.
Santos precisava urgentemente de uma restauração urbanística, pois a cidade era um local estratégico nacional e internacionalmente falando, já que o escoamento do café era feito por aqui, além de todos os serviços portuários.
Eis que o sanitarista, que mais tarde fora eleito o Patrono da Engenharia Sanitária Brasileira, Francisco Saturnino Rodrigues de Brito, apresentou uma proposta salvação que mudaria este cenário.
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Em 1905, Saturnino de Brito implantou um plano de saneamento, cuja intenção era a implementação de canais de drenagem para dar suporte aos emissários de esgoto de Santos. O projeto consistia, basicamente, em separar as águas de rios e córregos do esgoto.
Ao mesmo tempo em que o plano era colocado em prática, o Porto e o sistema de saneamento foram remodelados, pois todos precisavam funcionar em conjunto. A partir daí, os esgotos passaram a ser conduzidos por encanamentos inclinados enterrados no solo, despejando seus efluentes até as devidas estações de tratamento.
Para que servem os canais de Santos?
Os canais a céu aberto (os 7 que conhecemos que deságuam na praia) foram criados para captar águas pluviais (água da chuva) basicamente.
Além deles, a cidade possui outros canais ‘escondidos’: o do Orquidário, o da Rua Moura Ribeiro, da Jovino de Melo, o da Rua Francisco Manoel e ainda um na Rua Brás Cubas, no Centro – estes são os canais criados para a captação do esgoto, são subterrâneos e captam na cidade toda (no começo, os rejeitos atravessam pela Ponte Pênsil, em São Vicente, onde há uma tubulação de esgoto (hoje inativa) e então os dutos eram jogados em alto mar in natura, sem tratamento algum.
Hoje em dia, há uma estação de tratamento de esgoto subterrâneo próximo ao Orquidário e ao Emissário Submarino, e estes rejeitos já tratados passam pelos dutos e são lançados em alto mar.
Os canais como pontos de referência
E os canais de Santos viraram muito mais que um projeto sanitário. Hoje eles são ponto de referência na cidade tanto para turistas, como – principalmente – para moradores. Muita gente comenta que uma das melhores coisas de estar em Santos é a facilidade de localização, e os Canais têm muito a ver com isso.
Além disso tudo, eles são o cartão-postal da cidade. Há milhares de fotos deles para divulgação da cidade, que junto as clássicas muretas, tornaram-se o símbolo de Santos. Além de estarem presentes nas redes sociais da maioria dos santistas, afinal, quem nunca tirou uma foto em algum dos canais, não é mesmo!? (Inclusive, siga o nosso instagram @revistanove e tenha dicas diárias de turismo, lazer e gastronomia na Baixada Santista)