Olá, a partir desse artigo, nos encontraremos quinzenalmente aqui na revista Nove! Vamos falar de criatividade, inovação, sociedade e suas questões, de empreendedorismo e seus sabores e dissabores, de tecnologia com seus prós e contras e tudo que consideramos relevante para reflexão do que queremos para nós, para Santos & Região e por um mundo melhor. Sim, porque acredito que cada um de nós tem sua parcela de responsabilidade nessa busca por querer transformar em mais humano, mais respeitoso, mais consciente e mais inspirador o lugar em que vivemos.
Há anos estudo e pesquiso sobre criatividade, inovação, cidade criativa, cidade inteligente, tecnologia e cultura – porém, sempre com o foco nas pessoas como protagonistas. É o caso da economia criativa que é pautada nas atividades cujo insumo principal é a criatividade e o conhecimento, tais como design, publicidade, arquitetura, games, cinema, artesanato, música, entre outras. O humano é seu grande diferencial e quem pode agregar valor aos produtos ou serviços.
É uma economia onde as pessoas estão na linha de frente, e não as máquinas. Por isso se fala na economia criativa como a economia da abundância. A criatividade e o conhecimento são fontes inesgotáveis. O petróleo, por exemplo, pode acabar, mas a sua mente, seu conhecimento, não.
Daí toda a sua importância, seu reconhecimento nos últimos vinte anos. Estamos numa transição da era industrial, onde aqueles grandes parques industriais de outrora deixam de existir dando espaço para startups, unicórnios, inteligência artificial e uma série de outros tipos de negócios, produtos e serviços onde o conhecimento, a criatividade e a inovação são as habilidades percebidas. Atividades repetitivas, mecanizadas, o robô ou algum outro modelo de processo resolvem. Realmente, o ideal é que as pessoas sejam aproveitadas para desempenharem tarefas onde possam usar seu conhecimento e sua criatividade.
Todavia, a grande questão que se coloca no mundo é: como transformar num curto espaço de tempo, por exemplo, um caminhoneiro avulso do Porto de Santos, que há 20 anos só faz isso, num especialista de TI? E como ele vai viver até se transformar num profissional que o mercado atual necessita? Por isso, não é tão simples automatizar tudo de uma vez. É necessário um tempo de preparação, de transição, de capacitação desse tipo de mão de obra, assim como de muitas outras fadadas à extinção. O desemprego em massa não é gerado apenas pela crise econômica. Em grande parte é por falta de capacitação desses desempregados para que sejam absorvidos pelo mercado. De um lado, temos empresas com dificuldades de contratação, e de outro uma fila imensa de desempregados. Alguma coisa está muito errada.
E o que está acontecendo é que uma parte precisando sobreviver inicia algum bico ou empreende na informalidade, e isso gera uma bola de neve e uma desigualdade ainda maior.
Por isso, questões muito importantes precisam ser pensadas, debatidas e refletidas. Será que a implantação de um projeto de Renda Mínima Básica é necessário? É com esse objetivo que vem aí o Festival Criativar (online), o Primeiro Festival Internacional Santista de Criatividade e Inovação em busca de Uma Sociedade Melhor, que acontecerá de 24 a 27 de setembro, onde teremos o sociólogo Domênico de Masi, entre tantos outros expoentes e pensadores mundiais. Aguardem! Enquanto isso, podem nos seguir nas redes sociais @festivalcriativar