Recebi essa coluna como presente pela minha chegada à Revista Nove, atual xodó da vida!
E aí, pensei: sobre o que escrever? Minha cabeça é praticamente um emaranhado dos mais finos fios de nylon, sem qualquer possibilidade de encontrar as pontas do início ou do fim. Aí respirei fundo, fechei os olhos, limpei a mente e… não aconteceu nada. Prorroguei essa minha construção, segurei até o limite do tempo possível e…nada! Então, fugindo da vontade (quase que obrigação, imposta por mim mesma) de fazer um super texto envolvente, sentei na frente do computador, abri um novo documento e… vou começar! Bom, que horas são? Que dia é hoje mesmo? Ah, tá! Sete de…oi? Hoje é Dia do Jornalista! Olha só, a profissão ainda tem um dia a se comemorar. Será mesmo? Acho que vou escrever sobre isso.
Sou jornalista de formação, de coração, de atuação, de convicção, de obstinação. Nesses meus quase 25 anos de carreira passei por muitos lugares, conheci um tanto mais de gente – algumas carrego até hoje e seguem pra vida, outras fiz questão de esquecer até o nome -, modifiquei olhares, potencializei a escuta, me decepcionei, rabisquei inteirinho o livro “O Corpo Fala”, atingi sonhos (bacana essa constatação, né?), quebrei a cara com seres e projetos, reconstruí a face com resiliência e ressignificação.
RESSIGNIFICAÇÃO! Talvez seja essa a palavra que mais se ouve, ultimamente, da boca dos coleguinhas com mais de 20 anos de carreira. O jornalismo virou profissão de todos. Sabe aquele papo “de médico e louco, todo mundo tem um pouco”? Acrescentaram jornalista na frase e isso transformou a minha profissão. Valores indispensáveis para formar um profissional responsável e ético, passam longe da rotina de muitas pessoas que até conseguem fazer barulho escrevendo, gravando, entrevistando, editando, publicando, ufa! Mas fica só no alarido, a continuidade não existe! A busca investigativa do que é ruim e, principalmente, do que é bom, estagna, atrofia, não vira! O jornalismo nunca esteve tão efêmero.
Mas porque eu estou falando tanto do jornalismo? Talvez seja porque, agora com a revista, venha uma nova carga de entusiasmo e esperança. Que eu consiga transformar momentos da vida de centenas de pessoas, em pedacinhos agradáveis e inesquecíveis, no caminhar de suas próprias existências. Sejamos bem-vindxs entre nós! Gente do bem se reconhece, muito prazer!