O fato de a região estar inserida em meio à mata atlântica, sobretudo com a presença da Estação Ecológica Jureia-Itatins e também do manguezal, claro, contribui para esse rico e diverso cenário, mas muitas aves podem ser avistadas em perímetro urbano e encher os olhos dos apaixonados e de estudiosos da avifauna. Com uma boa câmera ou até mesmo um celular e um tiquinho de paciência, dá pra voltar pra casa com o cartão de memória cheinho.
Em Santos
Em Santos, a prefeitura criou até um roteiro chamado ‘Cem Aves de Santos’, espalhando placas com as espécies que podem ser observadas, em lugares como o Jardim da Orla, o Orquidário, o Jardim Botânico Chico Mendes, o Engenho dos Erasmos, a Pinacoteca, o Morro da Nova Cintra, o Teatro Municipal, a Iha Diana e a Fazenda Cabuçu.
Algumas das descobertas surpreendentes na cidade foram um gavião-pombo, ameaçado de extinção, encontrado sobrevoando o Morro da Nova Cintra (é uma ave florestal e pode ter sido atraída pela presença de mata contínua no morro); um gavião-asa-de-telha, espécie sob risco de extinção; uma araponga, que é uma ave de serra, no Jardim Botânico; tucanos-de-bico-preto, encontrados no Jardim Botânico e no Engenho dos Erasmos e, recentemente, uma coruja-buraqueira em meio às obras da Ponta da Praia.
Peruíbe
Peruíbe está em terceiro lugar no estado e 16º no Brasil como destino para o birdwatching. A cidade conta com agências que operam roteiros para avistamento de aves, inclusive com parcerias com pousadas e saídas de barco. Bruno Neri é um dos profissionais que atua com birdwatching por lá e me contou que apenas no Guaraú, um bairro da cidade, ele avistou mais 130 espécies em apenas uma semana. É o caso do Papagaio-da-Cara-Roxa, só encontrado em Peruíbe, Itanhaém e no litoral do Paraná, em grave risco de extinção.