A exposição 'Nascentes que Banham as Matas', de Cristina Schleder, estreia nesta sexta (25), na Pinacoteca Benedicto Calixto
A mostra integra o projeto Arte na Pinacoteca, que tem trazido exposições inéditas e gratuitas para a Baixada Santista, com o objetivo de democratizar e estimular o consumo de arte e cultura, ao trazer artistas de diversas vertentes ao alcance do olhar da população do litoral sul paulista. E, de forma ampla e acessível, já que disponibiliza acesso para cadeirante, braile, libras e audiodescrição.
O que você vai encontrar em ‘Nascentes que Banham as Matas’
Com 30 obras, a mostra é uma coleção de obras visuais que, embora convivam sob a mesma temática, apresentam propostas artísticas diferentes, com intenções, técnicas e dimensões variadas. São três grupos de obras que apontam o percurso que Cristina desenvolve por mais de três décadas: telas recortadas, colagens e fotografias.
Pode- se admirar alguns desses trabalhos remanescentes na mostra, como é o caso de Minha Ilha, Meu Mar, Minhas Montanhas, Minha Floresta e Meu Rio. Todos com 1,70 m na horizontal, e compostos por duas partes ou volumes complementares.
As colagens, que ao longe, à primeira vista, mais parecem pinturas ou desenhos, sugerem romper o conceito genérico de colagem, que, no caso, se apresentam em médias e pequenas dimensões, em um trabalho intimista e delicado sobre papel, que remete à tradição do desenho.
“As obras de colagem que a artista produz a partir de 2000 refletem a adesão a essa postura renovadora que a ela agrega uma nova musculatura plástica e visual, em composições que parecem vivas e em movimento. Mas, não um movimento no espaço. Um movimento interior, uma produção de vitalidade natural que independe da seiva. Que brota junto com a própria terra ancestral. O mergulho interior experimentado por Cristina nas colagens ciclópicas parece ter detonado nova potência ao olhar e sensibilidade artística, que buscam outros meios de expressão, ainda mais enxutos e perscrutadores”, concordam os curadores Carlos Zibel e Antonio Carlos Cavalcanti Filho.
As parcerias da artista no ensaio
“Quando as nascentes banham as matas ao som do vento, fica visível a harmonia existente na natureza. Podemos perceber que todos os fatores naturais convivem numa codependência funcional para a saúde do planeta. Neste ensaio fotográfico, eu tive como parceiros os ventos e as chuvas, sendo que eles me forneceram este efeito, que eu congelei no click do meu olhar”, afirma Cristina.
Quem é Cristina Schleder
A artista é natural da cidade de São Paulo. Desde muito cedo demonstrava interesse pelas artes, o que foi percebido pela família. Ainda adolescente, realizou em São Paulo, uma série de estudos e ateliês em desenho, pintura, fotografia e propaganda. Ingressou na Faculdade de Desenho Industrial e Comunicação Visual da FAAP em 1971, e passou a atuar profissionalmente.
A formação de qualidade que a artista incorporou nos primeiros anos, somada às experiências profissionais decorrentes, trouxeram como marcas a sensibilidade e intuição artística e uma destacada qualidade de acabamento. É com essas características que a partir da década de 1990, Cristina Schleder participou com sucesso de circuitos expositivos nacionais e internacionais.
A Pinacoteca Benedicto Calixto fica na Av. Bartolomeu de Gusmão, 15, no Boqueirão, em Santos e a visitação, gratuita, é de terça a domingo, das 9h às 18h, até 22 de outubro.