Rafaella Laranja está de volta com comemoração em dose dupla

A música faz parte da sua vida desde muito cedo. Como foi esse encontro e quando você se descobriu uma artista?

A música faz parte da minha vida desde que eu nasci, meu avô era um grande colecionador de discos de jazz e meu pai é pesquisador e um grande apaixonado por música. Eu sempre tive uma veia artística, era sempre escalada para participar das apresentações da escola, seja de dança, teatro e mais tarde música.

Aos sete anos iniciei minha trajetória com aulas de pianos e mais tarde, aos 14, ingressei na Escola Universal da Música, onde concluí o curso de formação vocal popular e lírica. Desde muito jovem, eu acompanhava meu pai nas rodas de samba e choro, onde eu comecei a cantar e foi a minha maior escola.

Você é advogada e exerceu a profissão paralelamente à carreira musical durante um tempo. Por que decidiu largar o direito e como foi se jogar de cabeça na música?

Durante muito tempo, eu acreditei que a música na minha vida seria apenas um hobbie, inclusive, cheguei a pensar em cursar faculdade de música, mas numa época em que o sucesso nessa área parecia ser uma coisa muito distante da minha realidade, eu escolhi o Direito como profissão. Eu amei fazer a faculdade, foi uma experiência enriquecedora na minha vida. Cheguei a advogar e durante um tempo me preparei para prestar concursos públicos. Mas a paixão pela música falou muito mais alto. Inicialmente eu formei um trio com amigos músicos e comecei a me apresentar nas casas que abriram espaço para mim e nunca mais parei.

Você compõe também, né? Desde quando e pretende gravar um álbum só com composições suas?

Já as minhas composições aconteceram depois que eu lancei o disco. Eu recebi um desafio do meu parceiro Anderson Santos, que me enviou uma melodia e eu escrevi a música ‘Paga Pra Ver’, que foi gravada no DVD ‘Memórias do Samba’, no Rio de Janeiro, pela produtora Fita Amarela. E a minha outra composição, também tem a melodia do Anderson e parceria do meu amigo e Sambista Edgar Pereira. Os clips estão no meu canal do YouTube.

Você vai completar 15 anos de carreira, num momento em que ainda vivemos uma pandemia e a economia está retomando o ritmo. Como foi esse momento de isolamento social pra você?

2020 foi um ano que pegou todo mundo de surpresa. Eu vinha de um ano muito produtivo e de um ritmo muito intenso de trabalho e, de repente, tivemos que lidar com o fechamento do comércio, com o medo do vírus e com toda a instabilidade do momento. Antes me faltava tempo para desenvolver algumas redes importantes como o YouTube, então aproveitei essa pausa forçada para produzir conteúdo pro meu canal. O isolamento também trouxe uma nova demanda para os artistas, que são as Lives. Eu consegui reunir um time de parceiros e fizemos um primeiro teste, bem no comecinho de tudo, quando nem os artistas nacionais estavam fazendo ainda. E deu super certo! Conseguimos fazer grandes parcerias, fomos conquistando patrocinadores e o público, sempre muito generoso, seguiu contribuindo e ajudando com o nosso trabalho e com as doações de cestas básicas. Hoje estamos indo para a transmissão da minha décima Live e até agora somamos mais 40 mil visualizações, centenas de prêmios sorteados, ajudamos mais de 50 famílias, doando mais de 2 toneladas de alimentos e ainda apoiamos 4 projetos sociais diferentes: Projeto dias Melhores, Projeto Alfa, Olhar Solidário e o Instituto Compadre Xico, que vai receber as doações da minha próxima Live. Estou muito feliz com os resultados e acredito que esse recurso das Lives veio para ficar.