A Economia Criativa em Santos vive um momento de expansão significativa: em 2024, o setor registrou 8.175 admissões, crescimento de 305,7% em relação a 2015.
Atualizada em 03.05.2025
O destaque entre os segmentos vai para a Gastronomia, que sozinha foi responsável por 6.931 admissões, evidenciando a força da culinária local tanto em restaurantes quanto em novos negócios. Na sequência, aparecem as áreas de Tecnologias da Informação e Comunicação (436 admissões) e Patrimônio e Artes (374 admissões), ambas associadas à inovação e à preservação cultural.
Para a secretária de Comunicação e Economia Criativa, Selley Storino, esse avanço é resultado de políticas públicas focadas no incentivo ao empreendedorismo.
“O desenvolvimento da economia criativa em Santos é um reflexo direto do talento da nossa gente e, também, das políticas públicas que priorizam os empreendedores. Esse movimento não só impulsiona a geração de renda, mas fortalece a identidade cultural da Cidade”, destacou Selley.
Mais empresas, mais arrecadação
O número de empresas registradas na Economia Criativa em Santos também cresceu: são 21.988 em 2024, um aumento de 2,64% em relação ao ano anterior. Entre os segmentos com maior número de negócios, o setor de TIC lidera com 5.388 empresas, seguido por Gastronomia (5.066), Editorial (3.554), Audiovisual (3.115) e Música (1.198).
Esse dinamismo empresarial impacta diretamente na arrecadação municipal. Entre 2020 e 2024, a Taxa de Licença arrecadada junto aos setores criativos cresceu mais de 80%. O Imposto Sobre Serviços (ISS), por sua vez, teve aumento de mais de 27% no mesmo período. O setor de Arquitetura foi o principal contribuinte, seguido por TIC e Publicidade.
Feito em Santos e programas de aceleração
Criado em 2020, o programa ‘Feito em Santos’ evoluiu de uma iniciativa nas redes sociais para uma política pública estruturada que promove feiras, oficinas e capacitação. Em cinco anos, foram realizadas mais de 150 feiras, impactando cerca de 6 mil empreendedores e movimentando aproximadamente R$ 4 milhões. Em sua maior edição, o ‘Mega Feito em Santos’ reuniu 194 expositores.
Outro destaque é a Casa do Artesão, localizada no Centro Histórico, que oferece oficinas e abriga a loja colaborativa Feito em Santos, atualmente com 32 expositores. Mais de 600 alunos já passaram pelos mais de 30 cursos promovidos no local.
A Prefeitura também promove o Programa de Aceleração de Empreendedores Criativos, com apoio do Sebrae e instituições de ensino, como a Esamc-Santos. A iniciativa já beneficiou mais de 120 profissionais e conta com o projeto ‘Primeiros Passos’, voltado a novos negócios e reestruturações, com oficinas sobre vendas, redes sociais, criatividade e gestão financeira.
Serviços gratuitos e apoio ao empreendedor
O Sebrae Aqui, outro pilar importante desse ecossistema, realiza cerca de 5 mil atendimentos por ano, oferecendo orientação para formalização de negócios, obtenção de alvarás, acesso a linhas de crédito e inscrição em cursos de capacitação.
Feiras fixas como a ‘FeirArte’, considerada a primeira feira de rua criativa do Brasil, e a ‘Feito em Santos Valongo’ também têm papel central na movimentação econômica e cultural da cidade.
Santos como referência internacional
O prefeito Rogério Santos reforça a vocação da Cidade para a criatividade com impacto social.
“Santos é reconhecida internacionalmente por sua criatividade voltada à sustentabilidade. Sabemos que esse trabalho muda vidas. Dá oportunidade, capacitação e renda às pessoas; dá dignidade”, afirmou Rogério.
Esse reconhecimento foi evidenciado em 2022, quando Santos sediou, pela primeira vez na América Latina, a conferência internacional das cidades criativas da Unesco.
Cenário nacional também aponta crescimento
A tendência de crescimento da Economia Criativa não é exclusiva de Santos. Segundo o IBGE, cerca de 7,4 milhões de brasileiros trabalham nesse setor, que já representa 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, mais do que setores tradicionais, como a indústria automobilística, que responde por cerca de 2%.
Estimativas do Observatório Nacional da Indústria preveem que a economia criativa poderá gerar um milhão de empregos no Brasil até 2030.
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