É para levar?
Você já ouviu falar em Take Away e To Go? Aposto que sim, principalmente nos últimos meses. A escassez de tempo e o dinamismo da população nas grandes cidades têm levado, cada vez mais, a opções rápidas e fáceis de alimentação. Afinal, quem nunca almoçou um lanche, em poucos minutos, para não atrasar em uma reunião?
Os termos Take Away e To Go possuem o mesmo significado final: produção e venda de alimentos e bebidas para viagem. Uma pequena diferença entre os dois está na origem: Take Away é usado no Reino Unido e To Go nos Estados Unidos. Resumindo: o cliente faz o pedido, o retira em uma embalagem própria para viagem e leva para consumir em casa, no trabalho ou até mesmo no caminho, enquanto anda.
Por aqui, no Brasil, esse modelo de serviço já era uma tendência, e foi impulsionado por conta do cenário de mudanças e diversas áreas que o COVID-19 nos trouxe.
Para o empreendedor saber
Embora menos complexos que os restaurantes com serviço de salão, um Take Away exige planejamento e um bom plano de negócios. Esse formato permite baixo investimento e custo fixo reduzido, considerando que dispensa salão e garçons. É importante que sejam instalados em locais com alto fluxo de pessoas, fácil acesso e com uma boa relação com a calçada. A tecnologia também é uma boa aliada, investir em aplicativos e autoatendimento é uma boa solução para agilizar o processo de pedido e entrega. Não esqueça de coletar dados: conhecer o seu cliente e as suas preferências é sempre um bom negócio!
Qualidade na oferta
Diferentemente dos fast-food que carregam a percepção de comida stantard, ou seja, sem características especiais, muitos Take Away chegam ao mercado alinhados às novas tendências, como por exemplo opções vegetarianas, sem glúten, sustentáveis, frescas e de pequenos produtores, criando consumidores fiéis e defensores da marca.
Mas, infelizmente, não é o que sempre acontece: as ruas, pontos de ônibus, estações de metrô e pontos turísticos paulistanos estão repletos de opções industrializadas, nutricionalmente pobres e com várias camadas de embalagens plásticas que poluem os espaços públicos.
Os especialistas têm chamado esses lugares, com baixa oferta e difícil acesso de alimentos nutritivos, de deserto alimentar. Uma vez que a população não consegue acessar bons produtos, ela opta por ‘bombas calóricas’ que possuem consequências, a médio e longo prazo, para o seu próprio corpo e para a rede hospitalar. Falando nisso, uma boa alimentação é ‘medicina preventiva’, o que pode resolver questões de obesidade, vasculares e muitos outros, desafogando hospitais e reduzindo gastos públicos com tratamentos.
Faça um exercício: experimente achar um quiosque com venda de frutas e opções saudáveis durante a sua viagem de metrô. Ah! E para os leitores do litoral, faça o mesmo durante a sua caminhada pela orla.
O outro lado da moeda
Por outro lado, novas opções de Take Away / To Go estão aparecendo na cena paulistana, mais modernos, urbanos e com produtos de boa origem. Infelizmente, ainda, limitados aos bairros nobres da cidade.
Espaços mais casuais e no centro da cidade surpreendem com a qualidade dos produtos e o alinhamento com produtos orgânicos, feitos na casa e com fermentação natural, como é o caso da padaria Assaz Orgânica, com suas vitrines que conversam com a rua e atendimento ágil.
Um convite para reflexão e ação
Frutas e saladas, geralmente, pesam muito menos no bolso! Seria emocionante e viável ver alguns quiosques de feiras paulistanas espalhadas pelas ruas e espaços públicos, com opções rápidas e saudáveis para viagem. Temos inúmeros bons fornecedores de hortifrúti em São Paulo, que suportariam o abastecimento diário desses locais e a logística de serviço ao cliente não é complexa. Valeria o esforço!
Descendo a serra
Santos possui um dos mais belos jardins do litoral brasileiro, mas as opções de alimentação na orla não acompanham. Faltam opções de alimentação e bebidas que precisam ir além da água de coco (por sinal, uma das poucas opções saudáveis). Cena cotidiana: milhares de pessoas se exercitam na orla para manter a saúde, e quando param para comer, o que elas encontram?