Estar nas alturas, como os pássaros, é um sonho da humanidade desde a Idade Antiga. Há relatos que por centenas de anos, pessoas “criavam asas” na tentativa de conseguir levantar voo e claro, todas falhavam com trágicos resultados. Séculos depois, o homem finalmente conseguiu encontrar modos para flutuar objetos no ar, começando por pipas, balões e evoluindo para as aeronaves e outras diversas tecnologias que hoje nos colocam nas nuvens.Acontece que, mesmo já adaptados, a gente ainda mantém o fascínio pelas alturas, que podemos afirmar citando e observando alguns comportamentos: a disputa pela poltrona na janela do avião, os apartamentos mais altos serem os mais caros e procurados, a ‘febre’ dos drones, os inúmeros esportes de voos que temos disponíveis e muitos outros que nos permitem, momentaneamente, ver o mundo como os pássaros. Mas, aonde a alimentação se encaixa nisso?
São Paulo em números
Segundo os dados da SinHoRes (Sindicato de Hotéis Restaurante, Bares e Similares de SP), São Paulo abriga, aproximadamente, 12,5 mil restaurantes e se destaca como uma das principais capitais na cena da gastronomia mundial. Quer ter ideia do tamanho disso? Para conhecer todos esses lugares, almoçando e jantando todos os dias, você precisaria dedicar 17 anos da sua vida: alguém se habilita? Tarefa fácil e apetitosa!
Entre eles, alguns restaurantes tiram o fôlego dos seus visitantes, pela sua comida, arquitetura, hospitalidade, qualidade de serviço e um atributo que vem crescendo: a vista do alto.
Os terraços estão virando rooftops
São Paulo é uma cidade vertical, fruto da alta concentração de moradores e empresas nas áreas mais estratégicas da cidade. Para os paulistanos, morar próximo ao trabalho e ter um apartamento confortável com terraço é sinônimo de qualidade de vida, mas com uma população de 12 milhões de habilitantes é praticamente impossível proporcionar tal desejo a todos. Então, que tal compartilhar?
Com algumas mudanças no Plano Diretor Estratégico de São Paulo, que define zonas aptas ou inaptas para abertura de espaços de lazer em área térrea, as construtoras lançaram os seus esforços transferindo para as coberturas, possibilitando que todos os moradores ou público externo, quando há estabelecimentos comerciais, possam usufruir do benefício de lazer com uma boa e democrática vista, antes limitada para quem morasse no apartamento cobertura.
É notável a quantidade de novos bares e restaurantes no topo dos prédios que se transformaram em destinos para os visitantes e paulistanos. Por enquanto, a maioria deles, ainda são instalados em prédios comerciais, ao contrário de Nova Iorque que já possui vários interessantes endereços, abertos para o público, em prédios residenciais.
Experiência
Românticos, para negócios, descontraídos, fim de tarde e agito, São Paulo possui rooftops para todos os gostos. Esses espaços, muitas vezes, estão livres da poluição sonora da cidade e possuem área ao ar livre. Quando bem localizados, a vista 180º ou 360º pode valer o investimento a mesa, desde que acompanhados de uma boa carta de bebidas e pratos. Afinal, já passou da hora de alguns antigos espaços, que ainda se garantem apenas pela vista, deixarem de cobrar preços exorbitantes por pratos e serviço medianos. Prefiro nem citá-los aqui.
Dica para empreendedores: invista em prédios que também valorizam a arquitetura e tenham uma boa relação com o bairro e a cidade. Nada adianta uma bela vista, se o edifício for uma catástrofe. Unir ambos faz do local muito mais interessante.
COVID19. A retomada dos rooftops
Infelizmente a pandemia foi avassaladora para o setor da hospitalidade no mundo inteiro. Empreendedores viram os seus negócios, de um mês para o outro, reduzirem para zero ou 10% do faturamento. Em passos lentos, o mercado começa a se reestruturar, reabrindo as portas, com o sorriso no rosto. Eu já disse algumas vezes: bares, restaurantes e hotéis são como remédio em momentos de crise, pois trazem um pouco de ‘bossa’ e momentos de prazer para aqueles que se veem em momentos difíceis.
Então, que tal aproveitar um pouco, sem sair da cidade? Anota aí algumas dicas de locais que já reabriram:
SEEN (@seensaopaulo): Localizado no topo do emblemático Hotel Tivoli Mofarrej, oferece uma vista através de belos arcos.
ESTHER (@estherrooftop): Um exemplo de restaurante em prédio residencial com vista para Praça da República e as vezes com jazz ao vivo.
SKYE (@hotelunique): Instalado em um dos símbolos da hotelaria brasileira, Hotel Unique, oferece uma vista para o parque Ibirapuera e um skyeline da Av Paulista.
LASSÚ (@lassu_ristorante): Possui uma vista democrática graças a um salão giratório que permite que os clientes tenham uma experiência 270 graus.
Cá entre nós! que sensação boa aquela de apertar o último botão do elevador, né?!
Vista para o mar
Como de costume, vamos descer a serra sentido ao litoral paulista. Embora com um centro com histórico interessante, o qual guarda ícones como o Museu do Café, os turistas buscam ficar o máximo de tempo próximo a praia da cidade de Santos. Bons endereços para sentar e comer estão disponíveis na orla com vista para o mar, mas por enquanto, ainda são todos térreos.
Eu já tive a oportunidade de jantar em alguns apartamentos com terraço na orla de Santos, e confesso, que mesmo sem pensar na comida (para completar todas estavam boas) a experiência de comer com vista santista é especial. Por sorte vi alguns navios de cargas e cruzeiro que alegraram a noite. Fiquei imaginando, em todos os momentos, como seria transformar alguns apartamentos em restaurantes e poder compartilhar da experiência com mais pessoas.
Bem, fica aqui um desejo. Será que alguém pode atender ao meu pedido (risos)?