Cultura e Comunicação: fundamentos do planejamento urbano

Por Danilo Tavares

Trabalhar o enfoque da política pública em solução de problemas tem um caráter imediatista (e descontínuo), já a política pública do planejamento entende-se que haja: 1) A Previsão, que corresponde a percepção provável do que possa ocorrer; 2) A Projeção, que tende a se basear em situações do passado para prognosticar o futuro; 3) A Predição, que diz respeito a um futuro diferente para determinada situação, mesmo não havendo elementos de controle para isso.

Planejamento, como um ato de inteligência, é um modo de pensar sobre determinada situação ou realidade, enfim, como um processo racional-lógico, que pressupõe estudos, questionamentos, diagnósticos, tomadas de decisões, estabelecimento de objetivos, estratégias, alocação de recursos, curso de ações etc.

Para a existência de uma política eficiente que se liga a resultados através de ações corretas é preciso que se faça o uso do conhecimento e da criatividade relacionada com a permanência no ambiente, com sua perenidade no dinamismo, na inovação, uma contínua transformação. Buscando ter sempre em vista a futuridade das decisões presentes, a fim de interferir na realidade para modificá-la.

O planejamento é, além dos dados matemáticos, estatístico e otimização dos processos, uma visão de que é possível mudar seu modelo de gestão para se adaptar às rápidas transformações econômicas, tecnológicas, culturais e sociais – enfim, com a nova ordem geopolítica. Organização em torno de um processo, e não de uma tarefa, promovendo gestões em equipe, mensurando os resultados pela satisfação do cidadão, desde que, ele esteja informado/formado em diversos níveis. E sabemos que transparência e participação social são duas questões que são praticamente inexistentes e quando existem são ineficientes.

Vontade política

Em um ambiente urbano governam-se coisas, que são as pessoas, mas em suas relações com as coisas que são riquezas, recursos, os meios de subsistência, o território em suas fronteiras, com suas qualidades, clima, seca, fertilidade, e também, os cidadãos em suas relações com outras coisas que são os costumes, os hábitos, as formas de agir ou de pensar, em suas relações com outras coisas ainda que podem ser os acidentes ou as desgraças como a fome, a epidemia, a morte e outros.

O grande desafio está na integração do jogo de vontades políticas dos diferentes grupos envolvidos em uma cidade, a correlação de forças, a articulação desses grupos, as alianças ou as incompatibilidades existentes entre os diversos segmentos. Os principais componentes de uma boa gestão das relações apontam para mecanismos de participação popular e não um mero enxugamento de estruturas. É preciso reinventar estruturas novas estrategicamente executadas e adaptadas aos novos desafios do mundo contemporâneo e que se preparam melhor para administrar as incertezas e os riscos das constantes transformações locais e globais.

O que é importante não é tanto a estatização da sociedade, mas a governamentalização do Estado. As técnicas de governo se tornaram a questão política fundamental e o espaço real da luta política, a governamentalização do Estado foi o fenômeno que permitiu ao Estado sobreviver. Efetua-se como uma rede dinâmica e planejada de unidades autoprogramadas e autodirigidas baseadas na descentralização das decisões, participação popular e coordenação.

Direito a se expressar

Do latim original communicare que significa ‘pertencente a todos ou a muitos’. Comungar, tornar comum, estar em relação e ação de”. A comunicação se realiza plenamente na perspectiva interativa e dialógica, quando se oferece aos interlocutores a possibilidade de participar ativamente dos processos que os afetam.

Para que um planejamento possua eficiência, eficácia e perenidade é necessária a massiva integração e participação das pessoas, e para isso, deve-se implantar uma cultura de valorização da qualidade dos procedimentos de comunicação, como forma de qualificar as relações entre todos os participantes do processo. Um cidadão que não acredita ter direito a se expressar, que não valoriza o que tem a dizer e que se sente incapaz de comunicar algo adequadamente aos outros, dificilmente terá condições de integrar a rede social da esfera pública urbana.

Ao longo da história, as mudanças sociais e econômicas sempre estiveram associadas as transformações tecnológicas que a ciência proporcionou aos instrumentos e ferramentas de produção para manipulação da matéria (natural e sintética). Pela primeira vez, as transformações sociais e econômicas não são mais associadas a isso.

Hoje o que gera valor, desenvolvimento e renda é o uso eficiente da tecnologia da inteligência: a tecnologia de informação e comunicação. Gilson Schwartz, diretor acadêmico da Cidade do Conhecimento da USP, resume bem a ideia de economia do conhecimento: “a economia do conhecimento existe quando criar valor depende da inteligência coletiva por redes sociais”.

O conceito de capital tecnológico/informacional fala sobre os elementos de condição, essenciais à inclusão digital. Primeiro é a possibilidade de ter a tecnologia; segundo é a formação cultural/educacional/social, que ajudará formar uma base de saber tácito; e terceiro, o conhecimento técnico para bem utilizar todas as ferramentas disponíveis e até mesmo desenvolver novas ferramentas e possibilidades. As tecnologias de comunicação dependem efetivamente da capacidade humana de manipular as ferramentas e da capacidade comunicacional em um ambiente multimidiático e interativo. Por isso, a tecnologia não veio para simplificar a vida, mas para complicar.

A possibilidade de se comunicar com outra pessoa conectada à rede, a capacidade de armazenamento de dados quase que ilimitada e incomensurável e o desenvolvimento exponente do potencial computacional – capacidade do computador fazer operações matemáticas e simbólicas, amplificando as possibilidades comunicacionais –, com esses três aspectos possibilita-nos ter uma plataforma onde “automaticamente se desenvolve um ambiente forte de comunicação que permite desenvolver a inteligência coletiva. A exploração ou o uso dessa capacidade depende de cada um e não das ferramentas”, Pierre Lévy.

Quando o desenvolvimento de redes e desenvolvimento das TIC´s ficar apenas na visão técnica será falha, porque existe o C de Conhecimento, de Comunicação e de Cultura, que é a evolução da própria linguagem indo além da conexão – fiabilidade física – construindo assim uma Emancipação Digital.

Emancipação digital

Nos últimos 16 anos o Brasil aumentou vertiginosamente as vendas de computadores e a performance escolar no país continua caindo. Alguma sinapse não está ocorrendo. Enquanto não ocorrer essa conexão, pode comprar máquina à vontade, pode colocar banda larga que as pessoas vão continuar votando no “Big Brother” (Schwartz).

Pois a pessoa que se limita ao WhatsApp, Facebook ou Instagram de repente vai descobrir que está dando todos os dados do seu comportamento para o marketing de uma empresa que está lá em Nova York ou Vale do Silício. Se uma pessoa paga para estar conectado em uma rede e os seus dados são utilizados por departamentos de marketing ela é incluída, mas não emancipada digitalmente. Em quase todas as redes sociais você não tem acesso aos dados. Quando os usuários tiverem essa possibilidade, aí ultrapassarão a inclusão e passarão a buscar uma emancipação. Pra quem eu dou os meus dados? Isso é seguro? Com quem me relaciono e de que forma? O que faço nessa rede, o que essa rede faz por mim?

Frente a esta face deve existir uma política de inclusão informacional, através da comunicação, da linguagem, da cultura e do diálogo, para diminuir o descompasso cognitivo. Construindo assim, uma política pública para democratização do saber, levando a cultura em consideração para nos ajudar a entender de onde a cidade vem, por que ela está assim e como criar seu futuro, por meio de seu potencial humano.

O cenário parece propício para que o meio urbano, a cada dia mais, defina o seu planejamento e desenvolvimento através da cultura, das ferramentas de comunicação e da participação popular, opondo-se a visão ortodoxa onde as ações culturais são belas artes ou acessórios marginais a serem considerados.

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