Sebastião Rodrigues Maia, conhecido como Tim Maia, completaria 78 anos na segunda-feira (28) se estivesse vivo. A revista Rolling Stone Brasil classificou Tim Maia como o maior cantor brasileiro de todos os tempos e também como o 9º maior artista da música brasileira. Suas músicas eram marcadas pela rouquidão de sua voz, sempre grave e carregada, conquistando grande vendagem e consagrando muitos sucessos.
Em 1970, gravou seu primeiro disco, intitulado Tim Maia, que, rapidamente, tornou-se um sucesso com músicas como “Azul da Cor do Mar” e “Primavera”. Esteve entre os artistas que fizeram parte do Movimento Black Rio, que realizava shows no subúrbio da capital fluminense nos anos 1970 e contava também com nomes como Tony Tornado, Sandra de Sá, Cassiano e Gerson King Combo.
King Combo, considerado o Rei do Soul no Brasil morreu na noite da última terça-feira (22), aos 76 anos, por complicações do diabetes e infecção generalizada. Segundo o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, Gerson foi convidado a trabalhar como coreógrafo do programa “Jovem Guarda”, apresentado por Roberto Carlos. Anos depois, ele também foi convidado por Chacrinha para coreografar a dança das chacretes. Fazendo parte da geração que deu cores brasileiras à soul music norte-americana nos anos 1970 junto com o síndico do prédio.
Tim Maia introduziu os gêneros soul e funk na música popular brasileira. É amplo seu legado e sua obra veio a influenciar diversos artistas, como seu sobrinho Ed Motta e seu filho Léo Maia. Suas músicas rompem as barreiras do tempo quando encontram uma mixagem com batidas suaves, melodias viajantes repletas de componentes eletrônicos disponibilizadas nas plataformas digitais de áudio e vídeo.
Essa mixagem chama-se ‘lo-fi’ e foi popularizado nos anos 1980 pelo DJ William Berger, que tocava só músicas caseiras das antigas em seu programa na rádio. Digitando “tim maia lo-fi” no buscador, você encontra inúmeras versões dos sucessos de Tim com uma pegada mais leve e que traz paz e leveza aos ouvidos. Estilo famoso entre os millennials mesmo antes da pandemia, talvez porque eles já levam uma vida agitada demais com suas idas e vindas do trabalho e a constante movimentação de ideias, faculdade, reuniões, redes sociais e toda uma série de fatores que deixam essa galera sempre ligada.
No Brasil, os gêneros lo-fi hip hop ou apenas a música lo-fi também estão em alta e tem aumentado o seu consumo a cada mês que a pandemia se estende sem vacina. Então dedico essa publicação aos cânones da MPB, música preta brasileira, e vida longa ao seu legado e suas reinvenções.