A história que te conto hoje é de alguém muito especial pra mim… minha mestra, professora e amiga Maria de Fátima. Eu vivo sempre pedindo que meus amigos me contem histórias carregadas de memórias afetivas com comidas que aquecem a mente e o coração.
E ela me contou uma história linda da sobremesa mais afetiva, gostosa e popular do Natal. Aquela que a gente acorda e come no café da manhã do dia de Natal porque fria é ainda mais gostosa do que quente. É claro que vou te contar sobre a Rabanada, que tradicionalmente na família da Fátima, começou na mesa da sua avó, que “iniciou essa tradição, passou à minha mãe. Eu e meus irmãos fazemos e esperamos que nossos filhos e netos deem continuidade a essa tradição” conta Fátima.
“Em todos os Natais, minha mãe reservava o período da manhã para fazê-las. Eram feitas no começo do dia, antes de qualquer outra comida: isso para que ficassem perfeitas, do jeito dela – macias, doces, com um perfume de canela – envolvendo o ambiente, anunciando a chegada do Natal (festa muito celebrada por nossa família e amigos). É a festa em que celebramos o nascimento de Jesus e, por sermos católicos, isso fortalece a nossa comemoração: Papai Noel é ansiosamente esperado pelas crianças há várias gerações. Os adultos fazem as trocas de presentes, de uma forma alegre pela brincadeira do amigo secreto: não pelo presente em si, mas pela troca de carinho quando um tenta adivinhar quem pegou quem de amigo. As memórias afetivas são muitas. Uma delas era a espera ansiosa da chegada do meu pai. Só chegava perto da meia noite, quando fechava a padaria e juntava-se à família. Trazia os empregados, porque fazia questão que eles participassem do Natal. Essa atitude dele, entre outras, faz com que sejamos uma família unida e agregadora com laços de amor muito fortes. Temos diferenças, sim, mas estamos sempre unidos máximo que podemos. Hoje, meus pais não estão mais neste plano, mas nos deixaram o legado de amor e união”.
A história dela traduziu tantos sentimentos bons que fui incapaz de contá-la a minha maneira.
Eu só posso desejar que vocês tenham um bom Natal e dizer que Natal é isso: é a expressão do amor de Deus através do nascimento de Cristo celebrado na mesa e em família. Que o seu Natal seja lindo, seja doce e especial como a história da Fátima e a receita de Rabanadas que com você compartilho.
Um beijo
Fátima compartilha sua receita da rabanada tradicional:
6 unidades de pão francês amanhecido;
500ml de leite;
3/4 de xicara de açúcar;
1 colher de chá de canela;
3 ovos;
600ml de óleo para fritar;
Cortar os pães em fatias largas, temperar o leite com açúcar e canela e passar as fatias por essa mistura, em seguida pelos ovos batidos e diretamente para óleo quente para fritar. Escorrer em papel toalha. Em seguida, passar em açúcar e canela. Para polvilhar, 300g de açúcar e 1 colher de chá de canela.