Olá me chamo Gustavo Pereira e quinzenalmente venho aqui falar sobre empreendedorismo social e cultura preta para os leitores da Revista Nove. No último post falei sobre o precursor da soul music no Brasil, Tim Maia, que faria 78 anos, caso estivesse vivo.
O legado da música preta brasileira tem sido um assunto frequente entre uma conversa cabeça e outra com meus colegas e amigos. Ainda mais nesse tempo onde já se passa mais de 500 dias de isolamento social em uma pandemia que não termina. A música sempre teve esse papel de refúgio e de conselheiro em tempos difíceis.
Essa imersão ocasionada pela prevenção ao contato com o vírus nos forçou a nos auto conhecer de maneira quase que compulsória. Assuntos delicados estão sendo desvelados e mantê-lo em evidência nas conversas cotidianas fortalece e agiliza maneiras de combatê-las.
Na semana passada, a Aretha Franklin brasileira, Margareth Menezes, completou mais um ano de vida e recentemente foi lembrada em uma conversa entre Taís Araújo e Ivete Sangalo. Na ocasião, a atriz questionou Ivete perguntando por que Margareth Menezes não é tão gigante como a cantora? Ivete concordou e disse que sente a mesma coisa.
Durante conversa para o programa no YouTube ‘Papo de música’, apresentado pela jornalista Fabiane Pereira, Margareth comentou a repercussão da mesma live. “Existe um sistema. Isso não está no domínio da Ivete Sangalo em si, que é talentosíssima. O que se questiona é o próprio sistema que nos invisibiliza. É a máquina do privilégio. Por que um artista branco cantando faz sucesso e a mesma música cantada pelo bloco afro não faz?”, refletiu a artista sobre o assunto.
Com 32 anos de carreira, Margareth Menezes ostenta prêmios e troféus, além de indicações para o Grammy Awards e Grammy Latino. Faz a alegria da pipoca tocando músicas que só parecem fazer o sentido verdadeiro quando cantadas em sua voz. Ainda este ano, tornou-se embaixadora do Folclore e da Cultura Popular do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU).
Sua contribuição começa na criação do gênero Afropop que diz ser uma música urbana. Um conceito de música que é comercialmente mais difícil de se fazer ao invés de músicas leves que tocam nas rádio durante o Carnaval. Versátil, costuma dizer que a folia é algo mais amplo que guia a sua carreira: o prazer em fazer música.