Você sabe quem foi Bernardino de Campos?

Foi advogado, jornalista, senador e deputado

Uma trajetória política de sucesso e fortes emoções na vida pessoal transformaram Bernardino em história, sendo visto em nomes de rua por todo o país, inclusive em Santos

Bernardino José de Campos Júnior (conhecido nacionalmente como Bernardino de Campos) foi um advogado e político brasileiro. Nasceu em 1841, na cidade de Pouso Alegre, em Minas Gerais, e se formou na Faculdade de Direito de São Paulo. Teve seu destaque quando foi por duas vezes presidente do governo do estado de São Paulo, em 1892 e em 1896. Também passou pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados e foi aclamado como presidente de honra da grande convenção do Partido Republicano Paulista.

Em sua época de faculdade, bebeu da fonte de grandes ideias republicanas, abolicionistas e antimonárquicas em sua efervescência. Um ano após sua formatura, seu pai foi assassinado e isso fez com que ele iniciasse suas lutas forenses como advogado de acusação.

Em 1865 se casou com Francisca de Barros Duarte, em Campinas, e já no ano seguinte abriu banca de advogado em Amparo, onde ficou residente. Foi lá, inclusive, que começou sua carreira política. Bernardino foi eleito vereador diversas vezes. Também decidiu dedicar-se ao jornalismo e foi diretor do jornal republicano O País.

Carreira política

Em 1873 participou da Convenção de Itu ao lado de republicanos como Manuel Ferraz de Campos Sales e Prudente José de Morais e Barros. A partir daí foi fundado o Partido Republicano Paulista (PRP), agremiação pela qual se elegeu deputado provincial em 1877. Em 1881 fundou o Jornal da Época.

A Revolta da Armada e a Revolução Federalista estavam acontecendo e Bernardino não se calou, decidiu intervir em ambas, contribuindo com o Governo Federal, doando suprimentos, recursos financeiros e até socorros para a cidade da Lapa, no Panamá, que se encontrava repleta de tropas rebeldes.

Em 1896 foi eleito para o Senado Federal mas após quatro meses renunciou para substituir Rodrigues Alves no Ministério da Fazenda. Em 1900 foi eleito mais uma vez senador por São Paulo, ocupando a presidência da casa e no mesmo mandato, também foi relator da Comissão de Finanças e Orçamento do Senado Federal.

Foi em sua gestão que o Tesouro Nacional foi reorganizado, e também houve a redução de tarifas aduaneiras em razão da grave crise de exportação de café da época e ainda a reforma da tributação. A inauguração do Museu do Ipiranga e a melhoria no abastecimento de água na capital paulista também vieram a partir dela.

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Mas em abril de 1904 teve que ir às pressas para a Europa, pois foi diagnosticado com glaucoma, tendo, então, que renunciar ao governo de São Paulo. A operação foi um sucesso. Porém, no ano seguinte, perdeu a visão de seu único olho saudável, ficando completamente cego.

Mesmo assim, Bernardino não se absteve e continuou na luta. Em 1909, foi aclamado presidente de honra do PRP, na mesma convenção que oficializou a candidatura de Rui Barbosa à presidência da República.

Sua ligação com Santos

O Porto de Santos era o grande foco endêmico do litoral paulista, e quando Bernardino estava à frente do Executivo paulista em 1892, houve uma grave epidemia de febre amarela que se estendeu da região de Santos até a cidade de Campinas. Foi então que ele mobilizou uma volumosa equipe de engenheiros e médicos especializados e felizmente conseguiu livrar toda a região da doença.

Outro episódio envolvendo a cidade faz parte da trajetória de Bernardino de Campos. Em 1914, decidiu se dedicar à família e foi para a Europa acompanhar os estudos dos filhos e o tratamento médico de sua esposa. Porém, na mesma época houve a conflagração do conflito bélico mundial e, então, o início da Primeira Guerra Mundial, impondo dificuldades para que Bernardino e sua família regressassem ao Brasil. Mesmo assim, se arriscou e após uma perigosa travessia pelo Atlântico, em 14 de outubro de 1914, desembarcou no Porto de Santos e recebeu o título de general honorário do Exército Brasileiro.