As boas surpresas do manguezal
Os manguezais são importantes ‘berçários naturais’, pois abrigam espécies típicas, mas também são redutos de outros animais, aves, peixes, moluscos e crustáceos, em busca de alimento, reprodução e abrigo. Cerca de 95% do que o homem pesca no mar é produzido nos manguezais.
Uma aula sobre a importância deste ecossistema aliada a duas horas de remadas em canoas canadenses, com direito a avistamento de aves e contemplação do ambiente é o que propõe o roteiro Canoagem Ecológica no Manguezal de Praia Grande e São Vicente. O passeio começa no Portinho, em Praia Grande, e o percurso é cheio de surpresas. São três pessoas por canoa, acompanhadas de um guia especializado, que orienta o roteiro e dando uma aula sobre – e sob – os mangues.
Já nas primeiras remadas fomos agraciados com um bando de guarás-vermelhos que formavam um majestoso borrão rubro no céu. Considerada uma das aves mais lindas do mundo, vivem em manguezais e têm a coloração vermelha em função do caroteno presente nos crustáceos que eles comem. “O guará-vermelho não nasce vermelho, ele vai ganhando esta coloração conforme vai se alimentando dos crustáceos que têm esta cor”, explica Renato Marchesini.
O espetáculo entre as árvores ganhou mais cores com a chegada de novos integrantes. Garças brancas, azuis, socós, colhereiros e maguaris – a maior garça das Américas – juntaram-se aos rubros e fizeram todo o grupo deixar os remos de lado. Uma visão de tirar o fôlego, multicolorida, dando graça ao cinza da Ponte do Mar Pequeno, que se via ao longe.
O manguezal também é abrigo de jacarés, tartarugas, arraias, tubarões e outros peixes, como a tainha, o bagre e o parati. A possibilidade de deparar com algum deles torna o passeio mais emocionante. É um roteiro contemplativo, que desafia os participantes a conciliarem as remadas com os cliques fotográficos.