São Vicente foi um dos quatro territórios paulistas selecionados para compor o Ciclo de Cultura Tradicional, que promove um espaço contínuo de convivência e compartilhamento de saberes entre mestres, lideranças, coletivos, fazedores, brincantes e fruidores de culturas tradicionais
Atualizada em 27.03.2024
O projeto, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, é gerenciado pela Poiesis e, em São Vicente, conta com a parceria da Secretaria de Cultura.
Desde 2019, a cada edição, o projeto convida diferentes realizadores audiovisuais para a criação de documentários de curta-metragem com histórias que traduzem as conexões entre tradição, território, identidade, memória e futuro.
Em 2024, entre março e abril, estão sendo realizadas oficinas de criação audiovisual para a comunidade indígena de Paranapuã, com foco na formação de novos cineastas.
Quem ministra a atividade no território vicentino é o cineasta da etnia Guarani Nhandewa, mestre em Cinema e Audiovisual pela UFF, Alberto Alvares. A atividade tem como objetivo ensinar técnicas de audiovisual, estimular o desenvolvimento de uma linguagem própria e compartilhar ferramentas de edição de vídeo, que resultará em um documentário de curta-metragem, desenvolvido pelos próprios participantes durante os encontros.
O intuito do programa é que os participantes realizem filmes de maneira autônoma, assumindo o protagonismo de suas narrativas caiçaras, indígenas e quilombolas.
Quem é Alberto Alvares
Alvares atua como professor e tradutor de Guarani e ministra cursos como professor de audiovisual na formação de cineastas indígenas. Realizou mais de vinte documentários, entre eles ‘Kara’i Ha’egui Kunha Karai Ete – Os verdadeiros líderes espirituais’ (2014), ‘O último sonho’ (2019) e ‘Guardiões da memória’, exibido na 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, em 2020. Por seus filmes, já ganhou prêmios como o Forumdoc.bh e o Doclisboa.
A oficina é restrita aos moradores da Aldeia de Paranapuã e a estreia dos curta-metragens criados durante os encontros será no dia 30 de abril no canal oficial no YouTube das Oficinas Culturais, em sessões comentadas pelos indígenas e demais profissionais envolvidos na coordenação do projeto e das oficinas.
